Toda vez que ela volta para casa, me abraça e chora muito. Mas depois de duas semanas ela começa a sentir falta da droga e some de novo”, relata Soraia*, de 34 anos, mãe de Camila*, de 15. A menina foge de casa e passa dias no centro da capital paulista, onde se prostitui para sustentar o vício em crack. Camila faz parte das alarmantes estatísticas sobre o uso de drogas por menores em São Paulo. Um estudo nos centros estaduais de atendimento mostra que, em 2 anos, dobrou o número de adolescentes em tratamento intensivo, passando de 179 registros em 2006 para 371 em 2008. A mãe, que há 3 anos não se alimenta nem dorme bem, lembra da primeira vez que a filha exagerou na bebida, aos 12 anos. “Me avisaram que ela estava no hospital meio fora de si, que tinha tomado alguma coisa e tirado a roupa na escola”, recorda. Há pouco mais de duas semanas, no entanto, Soraia descobriu o paradeiro da filha através de uma reportagem veiculada na Folha Universal e exibida pela “Rede Record”. “Consegui reconhecê-la pelo jeito e pela voz. Ela aparece na tevê com a mesma roupa e chinelos com os quais saiu de casa. Até a tornozeleira é a mesma. Quando vi, fiquei sem chão”, emociona-se. Soraia já tinha presenciado as mesmas cenas ao vivo nas várias vezes em que tentou buscá-la. * Os nomes foram trocados a pedido das personagens
terça-feira, 14 de abril de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário