Fonte: Folha Universal
http://folha.arcauniversal.com.br/integra.jsp?codcanal=10032&cod=144903&edicao=894
Nos anos 70, o respeitado economista Edmar Bacha cunhou uma expressão que se tornaria célebre para definir o Brasil e sua distribuição de renda. Segundo ele, o País seria a “Belíndia”, mistura da rica e pequena Bélgica, com a gigantesca e miserável Índia.
A expressão continua atual, principalmente na referência à Índia. Apesar de ser uma potência emergente e a 12ª economia do mundo, ainda concentra inúmeras diferenças sociais, religiosas e políticas. E apresenta um quadro de misérias chocantes, mesmo se comparada a pontos como a África e o Haiti.
Circula na internet um texto e um vídeo com imagens que exibem a situação dos pobres indianos, vivendo em moradias de lata, no meio do lixo e abutres. Há imagens de corpos e ossos, humanos e de animais, boiando nas águas do rio Ganges, em Nova Délhi, utilizadas pelos hindus em rituais de purificação.
Ou seja, bem diferente das imagens exibidas pela “Rede Globo” em seu folhetim das 20h, “Caminho das Índias”, em que a Índia é um cenário de fausto e luxo, onde, ao invés de carcaças de animais e depósitos de corpos humanos, o que boia no rio são flores. A Índia miserável, sem saneamento básico e com a população abaixo da linha da pobreza não aparece na novela. Curiosamente, uma fantasia tão positiva não é usada pela “Rede Globo“ quando trata-se de retratar personagens evangélicos, apresentados sempre de forma caricata.
A Índia que a “Globo” não quer mostrar esconde um povo que continua pobre, pois o crescimento favorece apenas uma faixa da população. A Índia, que recebe altos investimentos em setores de tecnologia da informação, serviços e telecomunicações, melhorou em algumas áreas urbanas, mas a Índia rural, que abriga 60% da população, sofre com uma mão-de-obra sem qualificação.
Uma parte significativa da população continua à margem do progresso, habitando favelas de lata e sem saneamento básico ou higiene como aliás mostra o longa “Quem quer ser um milionário?”, vencedor do Oscar de melhor filme de 2008. Na quarta-feira (14), a polícia indiana teria agredido o ator mirim Azharuddin Mohammed, um dos protagonistas do filme, e destruído o casebre feito de bambu e latas, em uma favela onde ele morava, em Mumbai. O próprio governo reconheceu ser uma vergonha nacional o contingente de crianças doentes e debilitadas, que andam pelas ruas com sintomas de desnutrição.
Um recente relatório do Programa Mundial de Saúde apontou que o país abriga mais de um quarto dos famintos do planeta, o que equivale a 230 milhões de pessoas.
O índice Global da Fome apontou a fome em Mahhya Pradesh, um estado da Índia central, como alarmante, segundo reportagem do “New York Times”, colocando a região no mesmo triste patamar do Chade e da Etiópia.
http://folha.arcauniversal.com.br/integra.jsp?codcanal=10032&cod=144903&edicao=894
Nos anos 70, o respeitado economista Edmar Bacha cunhou uma expressão que se tornaria célebre para definir o Brasil e sua distribuição de renda. Segundo ele, o País seria a “Belíndia”, mistura da rica e pequena Bélgica, com a gigantesca e miserável Índia.
A expressão continua atual, principalmente na referência à Índia. Apesar de ser uma potência emergente e a 12ª economia do mundo, ainda concentra inúmeras diferenças sociais, religiosas e políticas. E apresenta um quadro de misérias chocantes, mesmo se comparada a pontos como a África e o Haiti.
Circula na internet um texto e um vídeo com imagens que exibem a situação dos pobres indianos, vivendo em moradias de lata, no meio do lixo e abutres. Há imagens de corpos e ossos, humanos e de animais, boiando nas águas do rio Ganges, em Nova Délhi, utilizadas pelos hindus em rituais de purificação.
Ou seja, bem diferente das imagens exibidas pela “Rede Globo” em seu folhetim das 20h, “Caminho das Índias”, em que a Índia é um cenário de fausto e luxo, onde, ao invés de carcaças de animais e depósitos de corpos humanos, o que boia no rio são flores. A Índia miserável, sem saneamento básico e com a população abaixo da linha da pobreza não aparece na novela. Curiosamente, uma fantasia tão positiva não é usada pela “Rede Globo“ quando trata-se de retratar personagens evangélicos, apresentados sempre de forma caricata.
A Índia que a “Globo” não quer mostrar esconde um povo que continua pobre, pois o crescimento favorece apenas uma faixa da população. A Índia, que recebe altos investimentos em setores de tecnologia da informação, serviços e telecomunicações, melhorou em algumas áreas urbanas, mas a Índia rural, que abriga 60% da população, sofre com uma mão-de-obra sem qualificação.
Uma parte significativa da população continua à margem do progresso, habitando favelas de lata e sem saneamento básico ou higiene como aliás mostra o longa “Quem quer ser um milionário?”, vencedor do Oscar de melhor filme de 2008. Na quarta-feira (14), a polícia indiana teria agredido o ator mirim Azharuddin Mohammed, um dos protagonistas do filme, e destruído o casebre feito de bambu e latas, em uma favela onde ele morava, em Mumbai. O próprio governo reconheceu ser uma vergonha nacional o contingente de crianças doentes e debilitadas, que andam pelas ruas com sintomas de desnutrição.
Um recente relatório do Programa Mundial de Saúde apontou que o país abriga mais de um quarto dos famintos do planeta, o que equivale a 230 milhões de pessoas.
O índice Global da Fome apontou a fome em Mahhya Pradesh, um estado da Índia central, como alarmante, segundo reportagem do “New York Times”, colocando a região no mesmo triste patamar do Chade e da Etiópia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário